
Esse dia não fui para UTI, foram Gabi e Wanessa. Nem imaginava o que Deus reservava pra mim mesmo sem ter ido à UTI ... Fomos para o segundo andar de Oncologia Pediátrica do IMIP, eu, Jéssica e Suzane. Ao entrarmos no primeiro quarto, a “cortina” que separa um leito do outro estava fechada, junto à porta estava uma menina de mais ou menos uns 10 anos. Sua cama estava cheia de brinquedos e sua mãe estava ao lado, começamos a conversar quando escutei um fungado de choro no leito ao lado, estiquei o pescoço e vi que tinha alguém deitado na cama coberto de lençol até a cabeça, e havia tambémn um pai dormindo ao lado. Me voltei para a menina, e retomei a conversa, outro fungado. Não me aguentei, fiz sinal pra Jéssica e Suzane e fui ver o que estava havendo. Toquei a perna de José Emerson (9 anos) e ele descobriu o rosto, seus olhos estavam inchados de tanto chorar, lágrimas grossas escorriam dos seus olhos, ele estava muito triste. Eu perguntei se estava sentindo alguma dor, se precisava de algo, e ele me disse chorando: - Quero ir pra minha casa! Ai Deus, como temos que ser fortes pra não chorar junto ... Na mesma hora fiz uma rápida oração silenciosa pedindo a Deus sabedoria pra lidar com aquela situação e fazer alguma diferença na vida daquele garoto. Perguntei onde ele morava, ele disse que em Jaboatão ... me apresentei e disse porque estava ali, também lhe perguntei se aceitaria escutar uma história e ele balançou a cabeça afirmativamente. Seus olhos estavam ansiosos por me escutar, eu podia perceber. Acredito que ele estava se sentindo muito só, seu pai estava dormindo e acho que o fato de eu ter dado atenção a ele o fez se sentir um pouco melhor. Contei a história da ovelha perdida e enfatizei que ela passou um tempo sozinha e com medo mas que o pastor foi buscá-la, que ele não esqueceu dela mesmo tendo tantas outras ovelhas pra cuidar, e comparei com a situação que ele, José, estava passando. Disse que antes de eu tê-lo escutado, Jesus tinha escutado seu choro e tinha me mandado ali para visitá-lo. Disse ainda que não podia lhe mandar pra casa mas podia ajudá-lo a sentir paz e ter mais paciência para esperar pelo tratamento, pelos dias que viriam no hospital. Ele me perguntou como eu poderia ajudá-lo desta forma, eu disse que se ele permitisse Jesus entrar no seu coração isso aconteceria. Ele aceitou. Oramos juntos e agora eu vi uma lágrima no cantinho do olho esquerdo, mas não era mais de tristeza , ele estava emocionado. E eu vibrando ! A vontade que tinha era ficar ali com ele, conversando a tarde inteira, mas tinha que ir, outras crianças nos esperavam. Antes de sair do quarto disse que eu estava indo, mas que o Senhor ficaria com ele e nunca mais ele iria se sentir só. Ele sorriu.
Foi realmente muito lindo esse dia! Me deixou mt mais empolgada e apaixonada pelo trabalho! Estejamos orando por este trabalho e pela aquelas crianças que ali se encontram, que diferente do NACC, muitas nunca ouviram falar de Jesus.
ResponderExcluirAi, Mah, que coisa linda esse blog...só tu mesmo!
ResponderExcluirImpressionante como vc consegue colocar de maneira tão real aquilo que vivemos ali...é pq sai do coração! Não tem como não se emocionar ao ler uma história dessas!
Bj